sábado, 24 de junho de 2017

O PRESIDENTE MICHEL TEMER ESTÁ ENCURRALADO.

Michel Temer em viagem a Noruega (Foto: Divulgação)
O presidente Michel Temer parecia cansado na manhã da sexta-feira, dia 23, quando deu declarações em Oslo, em seu último dia de visita oficial à Noruega. Em sua rápida fala, Temer mencionou uma visita ao Parlamento “brasileiro” – na verdade, era o norueguês, óbvio – e o encontro com o rei da Suécia – era o da Noruega, claro. Além da diferença de horário, deve-se entender que Temer tivera uma semana difícil. Enfrentou pequenos protestos longe de casa e pouco antes tivera de  ouvir, a seu lado,  a primeira-ministra do país, Erna Solberg, dar apoio à Operação Lava Jato, que o investiga. A milhares de quilômetros de Brasília, Temer era informado durante todo o tempo sobre a evolução das investigações que o cercam – e nenhuma das mudanças no cenário era boa. As frentes de desgaste se multiplicam e governar fica cada vez mais difícil, até mesmo em situações rotineiras, como uma viagem internacional.
No início da noite da mesma sexta-feira, a Polícia Federal avisou o gabinete do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, que concluiu a perícia na gravação feita por Joesley Batista do diálogo que manteve com Temer na noite de 7 de março, no Palácio do Jaburu. Diagnóstico: o áudio não foi editado ou adulterado e foi realmente gravado pelo aparelho entregue por Joesley às autoridades; contém várias interrupções, provocadas pelo modo de gravar do aparelho. Assim, é considerada uma prova válida. Esse resultado é um grande revés para a defesa de Temer tentar evitar um processo.  
Outro grande obstáculo foi lançado  durante a semana pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em um movimento estratégico bastante prejudicial a Temer. Janot decidiu dividir em três as denúncias que fará ao Supremo Tribunal Federal contra o presidente, em decorrência da delação premiada do empresário Joesley Batista, da JBS. Janot apresentará primeiro a denúncia pelo crime de corrupção passiva, que já está em fase final de elaboração. A segunda será por obstrução da Justiça e a terceira será por organização criminosa. Assim, o ministro Fachin terá de remeter três denúncias – em vez de uma – para a apreciação da Câmara dos Deputados

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