- Uma semana antes da eleição de Jair Bolsonaro houve uma reunião tensa no gabinete da presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Os ministros Luís Roberto Barroso e Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), cobraram do general Sérgio Etchegoyen, então chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, no governo Michel Temer, uma punição ao general da reserva ..
Correia xingara e ameaçara a presidente do TSE, ministra Rosa Weber. Ela recebera representantes do PT e do PDT, que contestaram a candidatura de Bolsonaro sob a alegação de que empresários haviam financiado o disparo de informações falsas em favor da campanha do capitão.
"Achei que seria preso", exagera Barroso. Ele e Fachin diziam que o Exército estava sendo conivente. Chamado, o presidente do STF, Dias Toffoli, descreveu um cenário sombrio. Lembrou que o então comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, tinha 300 mil homens armados que majoritariamente apoiavam a candidatura de Bolsonaro.
Alexandre de Moraes foi conversar com Villas Bôas, que lhe disse ter sido alvo do general Correia, protocolara representação e o Ministério Público Militar nada fizera.
Quando Toffoli nomeou o general Fernando Azevedo para sua assessoria no STF, a maioria dos ministros não viu nenhum problema.
Toffoli esperava uma vitória de Bolsonaro e o militar seria uma espécie de antena para captar os sinais das Forças Armadas. O decano Celso de Mello foi o único a criticar a presença de um general no Supremo. Foi visto como a liderança contra retrocessos.
Esses episódios estão narrados no livro "Os Onze - O STF, Seus Bastidores e Suas Crises", de Felipe Recondo, sócio-fundador do site Jota, e Luiz Weber, colunista e secretário de edição da Sucursal de Brasília da Folha. A obra registra os embates no STF, de 2005 a 2019, e fatos curiosos.
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