A indicação de Eduardo Bolsonaro à embaixada do Brasil nos Estados Unidos tem captado a atenção do STF (Supremo Tribunal Federal), onde os ministros não só aguardam que o assunto acabe encampado como também já traçam cenários e formulam posições. Se aprovado o nome de Eduardo pelo Senado, a questão deve ser judicializada. Nos bastidores, ministros do STF tendem a não considerar a indicação do filho pelo pai como nepotismo, mas admitem o caso como dos mais “complexos” já analisados pelo tribunal a respeito do tema.
Ao longo da última semana, a reportagem conversou com ministros do Supremo e interlocutores e ouviu impressões sobre como a possível ida do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para a embaixada mais importante da diplomacia brasileira deve ser tratada quando o STF for provocado.
Nesta sexta-feira (9), o Cidadania apresentou um mandado de segurança coletivo alegando que a indicação “se trataria de evidente nepotismo”.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) já afirmou ao HuffPost que, logo após a indicação ser formalizada — publicada no DOU (Diário Oficial da União) e encaminhada mensagem presidencial ao Senado —, cuidará da ação antes mesmo de o assunto ser pautado na Comissão de Relações Exteriores (CRE). Alegará, no mínimo, nepotismo, mas também estuda questionar a qualificação do deputado para o cargo.
Para um dos ministros do STF ouvidos pelo HuffPost, a Corte só deve se posicionar sobre a questão de nepotismo, “que é a parte constitucional”. “Não nos cabe fazer juízo de valor a respeito de intelectualidade”, disse o magistrado. “O que incomoda a muitos ministros é o desconhecimento da atividade diplomática, que é extremamente técnica”, completou.
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