quinta-feira, 1 de agosto de 2019

PUBLICAR MENSAGENS HACKEADAS É CRIME DE RECEPTAÇÃO.

ANÁPOLIS, GO, 31.07.2019: BOLSONARO-GO - O presidente Jair Bolsonaro, ao lado do governador de Goiás, Ronaldo Caiado e do ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas, participa de cerimônia de assinatura do contrato de concessão da ferrovia Norte-Sul, em Anápolis (GO), nesta quarta.
 - O presidente Jair Bolsonaro (PSL) comparou nesta quarta-feira (31) ao crime de receptação a publicação de reportagens com base em diálogos vazados do ministro Sergio Moro e de procuradores da força-tarefa da Lava Jato.
O site The Intercept Brasil, do qual o jornalista Glenn Greenwald é fundador, tem publicado desde 9 de junho reportagens com base nestes diálogos. Veículos como a Folha de S.Paulo tiveram acesso ao material recebido pelo site e também têm publicado reportagens.
Bolsonaro, por sua vez, já afirmou que, em seu entender, Greenwald cometeu um crime e que "talvez pegue uma cana aqui no Brasil". O presidente e sua equipe, no entanto, nunca especificaram que crime o jornalista teria cometido.
"Não podemos concordar que o jornalista, entre aspas, pegue um material criminoso e bote pra fora. É igual ao cara que é acusado do crime de receptação. Não posso pegar um carro que é roubado e vender para você. Não pode pegar uma informação, sabendo que é criminosa, invasão de celulares, até o meu, e passar para frente. Todo mundo tem que ter responsabilidades: vocês, jornalistas, advogados, eu, todo mundo", disse Bolsonaro ao deixar o Palácio da Alvorada nesta manhã.
O crime de receptação é descrito como "adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte". A pena prevista é de um a quatro anos de prisão, além de multa. 
No dia 23 de julho, quatro pessoas foram presas em operação da Polícia Federal deflagrada contra hackers suspeitos de invadir celulares de autoridades. Um dos detidos, Walter Delgatti Neto, afirmou em depoimento que repassou mensagens que obteve a Greenwald, de maneira anônima, voluntária e sem cobrança financeira.
Indagado sobre o ato a favor de Glenn Greenwald, na terça-feira (30), no auditório da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no centro do Rio de Janeiro, Bolsonaro disse se tratar de um direito do jornalista.

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