quarta-feira, 24 de setembro de 2014

PRESIDENCIÁVEIS CRITICAM SAQUE NO FUNDO SOBERANO


Marina: 'Demonstração clara de que, de fato, este governo está comprometendo o desenvolvimento econômico'

Aécio: 'O governo busca no Fundo Soberano recursos para fechar as contas porque o Brasil parou de crescer' (Rodolfo Buhrer/Reuters/Pilar Olivares/Reuters/Reprodução)
Marina: 'Demonstração clara de que, de fato, este governo está comprometendo o desenvolvimento econômico' Aécio: 'O governo busca no Fundo Soberano recursos para fechar as contas porque o Brasil parou de crescer'

Baixo crescimento, dificuldades para equilibrar as contas públicas e ampliação de direitos trabalhistas tomaram conta dos discursos e entrevistas dos candidatos ao Planalto ontem, em resposta à preocupação do eleitor com a economia nesta eleição. O anúncio pelo governo de que pretende sacar R$ 3,5 bilhões do Fundo Soberano do Brasil (FSB) para equilibrar as contas públicas virou alvo dos postulantes da oposição e de economistas.

Para a presidente Dilma Rousseff (PT), que busca ficar no cargo mais quatro anos, as reações são equivocadas. Durante entrevista a jornalistas em Nova York, ela defendeu o uso do FSB, uma tentativa de salvar, ao menos em parte, o superavit primário, sobra de caixa antes do pagamento de juros da dívida pública. Na segunda-feira, além de informar que usará o FSB, o governo reduziu a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano de 1,8% para 0,9%, que segue, porém, bastante superior à média dos analistas do mercado financeiro, de 0,3%.
O senador Aécio Neves (PSDB-MG), candidato à Presidência da República, atacou em Niterói (RJ) tanto a previsão para o PIB quanto o uso dos recursos do FSB. “O governo federal busca no Fundo Soberano recursos para fechar as suas contas porque o Brasil parou de crescer, e a responsabilidade não é, como quer dizer a presidente da República, única e exclusivamente da crise internacional”, afirmou.
O senador também teve de dar explicações, porém, sobre uma proposta dele que pode elevar os gastos públicos: o fim do fator previdenciário, anunciado na sexta-feira durante encontro com sindicalistas. Ele foi questionado sobre o tema em entrevista a uma emissora de televisão. “Iremos substituir o fator por outro modelo que penalize menos a renda dos aposentados brasileiros e, ao mesmo tempo, respeite a responsabilidade fiscal”, afirmou Aécio ontem por meio de nota.

Marina Silva, candidata pelo PSB ao Planalto, criticou a decisão do governo sobre o FSB em Curitiba. “O uso dos recursos do Fundo Soberano para socorrer as contas públicas é uma demonstração clara de que, de fato, este governo está comprometendo o desenvolvimento econômico e a credibilidade econômica do país”, criticou Marina em discurso.

A presidente Dilma discorda: “É estarrecedor que questionem o uso do Fundo Soberano”, afirmou ela Nova York, onde participa da abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). “Nas vacas gordas, você tem dinheiro. Nas vacas magras, tem menos dinheiro. Um Fundo Soberano, criado em 2008 porque tivemos uma arrecadação e todo um desempenho a melhor, foi feito para ser usado quando? Quando o país precisasse”, disse a presidente

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