domingo, 4 de setembro de 2016

O JUIZ QUE APITOU O PÊNALTI NA PRORROGAÇÃO

Ricardo Lewandowski Presidente do Supremo Tribunal Federal (Foto: Adriano Machado/ Editora Globo)
Sem seus apetrechos antiestresse à mão, Lewandowski comandou nesta semana a sessão de julgamento de Dilma Rousseff que concedeu à ex-presidente uma boia política mediante uma interpretação heterodoxa da Constituição, urdida pelo ex-presidente Lula e seus aliados, com ajuda do presidente do Senado, Renan Calheiros. Lewandowski foi indicado por Lula para o STF. Políticos que o conhecem desde o tempo de São Bernardo do Campo, berço do PT e residência oficial de Lula, espalham a maledicência segundo a qual Lewandowski é um leal companheiro. Na região, em um sítio local, o presidente do STF cria cães da raça rhodesian ridgeback, o leão da Rodésia, de matriz africana, conhecido pela afabilidade e fidelidade. Os movimentos de rua anti-Dilma chegaram a criar um boneco inflável com o debochado acrônimo Petrolowski – uma junção de PT, petrolão e o sobrenome do ministro. (Lewandowski solicitou à Polícia Federal que investigasse a autoria do boneco.) Os movimentos aludiam ao fato de que Lewandowski se encontrara com a então presidente Dilma Rousseff em Lisboa, quando o carrossel do impeachment já rodava – um encontro do qual o ministro Teori Zavascki, que estava no mesmo hotel, se recusou a participar. Em sua sabatina no Congresso, John Roberts, o presidente da Suprema Corte dos Estados Unidos,  equivalente ao STF brasileiro, afirmou que o papel de um ministro de Corte Constitucional é semelhante ao de um árbitro de beisebol que apenas anota “balls and strikes”, como registra Richard Posner em seu livro How judges think (em português, Como os juízes pensam). Nesta semana, talvez Lewandowski tenha feito mais que apenas apitar a regra

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