terça-feira, 2 de setembro de 2014

MARINA E DILMA TROCAM FARPAS EM DEBATE


O primeiro bloco do debate promovido pelo SBT, Folha, UOL e Jovem Pan teve perguntas feitas de candidato para candidato. A primeira a perguntar foi Dilma Rousseff (PT), que não teve dúvidas em interpelar Marina Silva (PSB), hoje a principal concorrente ao Palácio do Planalto. Dilma questionou a ex-senadora sobre qual seria a origem dos recursos -- R$140 bilhões, segundo a petista -- para bancar as proposta de Marina de passe livre estudantil, 10% do PIB para saúde, 10% para educação e ainda aumento de recursos para os municípios.

Marina defendeu que o Brasil "volte a ter eficiência no gasto público". "Temos desperdício de gastos públicos, com projetos desencontrados", criticou. Depois, disse que para conseguir recursos, pretende fazer com que o orçamento cresça a partir da eficiência no gasto dos tributos recolhidos. "A sociedade paga muito alto para que as escolhas sejam feitas na direção errada." Marina lembrou de Eduardo Campos (PSB) ao dizer que ninguém é questionado sobre a origem do dinheiro usado para "subsidiar bancos". "Mas ao dizer que vai tirar 10% para a educação, para o passe livre, aí vem essa pergunta. O que vamos fazer são escolhas certas e não manter escolhas erradas como o PT fez."


Na réplica, Dilma provocou Marina: "A senhora falou, falou, mas não respondeu à pergunta". "O montante prometido equivale a quase tudo o que se gasta com saúde e educação". Dilma enalteceu o próprio governo. "Incrível que a senhora abandone um dinheiro garantido e seguro, que vem do pré-sal, equivalente a R$ 1 trilhão", complementou, fazendo menção à declaração de Marina, na última semana, de que é preciso priorizar menos o pré-sal. Marina defendeu o desenvolvimento de formas alternativas de energia, mas ressaltou que "o dinheiro do pré-sal já está assegurado, e vamos fazer um bom uso dele", garantiu.

Na sequência, foi a vez de Eduardo Jorge (PV) questionar a Dilma sobre o sistema penitenciário. Jorge comparou os presídios brasileiros a "campos de concentração nazistas" ou aos presídios de "ditaduras socialistas do século passado". A presidente concordou que "a situação das penitenciárias é uma barbárie". "Por isso, o governo federal colocou à disposição dos governos estaduais R$ 1 bilhão para o financiamento de novas penitenciárias, mas os estados têm encontrado dificuldades em instalá-las, uma vez que os municípios não querem penitenciárias em seus territórios." Dilma citou ainda a necessidade de se combater a entrada de armas e drogas pelas fronteiras.

Eduardo Jorge criticou que a petista "insista na estratégia fracassada de guerra às drogas". "O erro é somente investir na privação da liberdade, não no semiaberto, no aberto, para aumentar a capacidade de reintegração dos presos", defendeu o candidato do PV. Dilma rebateu dizendo que é preciso "mudar toda a estratégia penitenciária".

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