quarta-feira, 1 de outubro de 2014

S.T.F. INVESTIGA SENADOR QUE COBRA COMISSÃO SOBRE EMENDAS

SUSPEITA – O candidato do PT ao governo de Mato Grosso de Sul, Delcídio do Amaral, em campanha ao lado do ex-presidente Lula: Supremo investiga denúncia de que ele cobraria comissão sobre suas emendas parlamentares e teria tentado vender a vaga de suplente em sua chapa na disputa de 2010 pelo Senado
SUSPEITA – O candidato do PT ao governo de Mato Grosso de Sul, Delcídio do Amaral, em campanha ao lado do ex-presidente Lula: Supremo investiga denúncia de que ele cobraria comissão sobre suas emendas parlamentares e teria tentado vender a vaga de suplente em sua chapa na disputa de 2010 pelo Senado (Ricardo Stuckert/Divulgação)
O senador Delcídio Amaral (PT) pode ser eleito governador de Mato Grosso do Sul já no próximo domingo. Segundo as pesquisas, ele tem uma boa vantagem sobre os adversários e chances reais de liquidar a disputa no primeiro turno. O parlamentar petista é respeitado até mesmo pela oposição: foi ele quem conduziu a CPI dos Correios, que investigou o escândalo do mensalão em 2005. Mas um escândalo ronda a campanha do senador. Corre em segredo de Justiça, com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), um inquérito que apura se Delcídio pôs à venda, por 5 milhões de reais, o posto de suplente em sua chapa ao Senado nas eleições de 2010 – e se, já eleito senador, ele cobrava comissão de empresas pelas emendas que conseguia aprovar (as emendas destinam dinheiro do governo federal para obras nos estados).
O nome de Delcídio surgiu na Operação Uragano, da Polícia Federal, que desmontou, em 2010, a máfia instalada na prefeitura de Dourados (MS). O senador não era alvo daquelas investigações. Mas, diante das menções ao seu nome em escutas feitas pela PF, o material foi enviado à Procuradoria Geral da República, uma vez que Delcídio tem direito a foro privilegiado. O procurador-geral, Rodrigo Janot, considerou que havia indícios suficientes para o início de uma investigação e encaminhou o caso ao STF, em setembro do ano passado. No mês seguinte, o ministro Luís Roberto Barroso concordou com os argumentos e determinou a instalação do inquérito. "Presentes os elementos indiciários mínimos da ocorrência do fato e de eventual autoria por pessoa com foro por prerrogativa de função perante esta Corte, determino o prosseguimento do inquérito", afirmou ele em sua decisão.
Procurada pela reportagem de VEJA.com, a assessoria de Delcídio afirmou que, durante a Operação Uragano, todos os depoentes inocentaram o senador quando interrogados. Sua campanha credita a acusação à articulação de adversários políticos.

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