terça-feira, 14 de maio de 2019

APÓS DECRETO REGISTRO DE ARMAS SOBE 10 POR CENTO.

(AP Foto/Eraldo Peres)

O número de registros de armas de fogo sob posse de civis no Brasil aumentou 10% este ano, após o presidente Jair Bolsonaro anunciar seu primeiro decreto sobre o tema, em janeiro de 2019. Nos primeiros três meses do ano, 9.506 licenças foram registradas, contra 8.646 no mesmo período do ano passado. Os dados são da Polícia Federal, obtidos através da Lei de Acesso à Informação.
Também houve uma significativa mudança na lista dos estados com maior número de armas registradas. O Rio Grande do Sul - historicamente líder em número absoluto de registros – perdeu o posto que ocupou nos últimos quatro anos. Quem assumiu a liderança foi Minas Gerais, com 1.157 licenças concedidas no estado. Em segundo e terceiro lugares estão São Paulo e Rio Grande do Sul, com 1.157 e 1.040 armas registradas, respectivamente.
Os grupos pró-armas, entretanto, consideram o crescimento registrado pequeno. Para eles, o primeiro decreto do presidente, que liberou a posse, teve alcance limitado. A nova medida desta semana, porém, que estendeu o direito ao porte a 20 categorias, é o que deve trazer mudanças significativas.
“Vai ter uma corrida [às lojas de armas], porque esse decreto atende de fato ao cidadão, que precisa da arma fora de casa. Aliás, o momento de maior risco de ser atacado é quando a pessoa entra ou sai de sua residência. O decreto anterior foi muito superficial”, afirmou Bene Barbosa, presidente do Movimento Viva Brasil e um dos principais defensores da liberação de armas no país.
Barbosa ainda acredita que outro motivo para o número de novos registros não ter aumentado tanto, é o alto preço que se paga para ter uma arma no Brasil – o valor começa em R$ 4 mil e pode chegar até R$ 8 mil, ou mais, segundo o levantamento d’O GLOBO, realizado em janeiro passado em três capitais, e considerando, além do preço da arma, os custos com testes e taxas.
Levando em consideração que metade da população tinha uma renda média de R$ 754 por mês (de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes a 2017), seria necessário somar quase seis meses de salário para juntar os R$ 4 mil necessários – isso considerando os modelos mais baratos de arma.

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