quarta-feira, 22 de maio de 2019

PSL ACHA SEM SENTIDO PROTESTO EM APOIO A BOLSONARO.

REUTERS/Adriano Machado
Presidente nacional do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, o deputado Luciano Bivar (PE) diz não ver sentido nas manifestações convocadas para este domingo (26) em apoio ao presidente. Mesmo assim, vai reunir as bancadas do partido na Câmara e no Senado para tomar uma decisão coletiva.
"[O presidente] não precisa [que as pessoas façam manifestação] porque ele foi institucionalmente e democraticamente alçado ao poder. Não cometeu nenhum crime de improbidade, não cometeu nenhum crime administrativo. Tem uma rede social imensa", disse Bivar, nesta terça-feira (21).
"Para quê tirar o povo para uma coisa que já está dentro de casa? Já ganhamos as eleições, já passou isso aí. Eu vejo sem sentido essa manifestação", completou o presidente da legenda.
Embora não acredite que os atos vão acirrar os ânimos no Congresso, já que uma das pautas dos manifestantes é pressionar os partidos do chamado centrão (grupo informal de legendas como DEM, PSD, PTB, PP e PR) a apoiar Bolsonaro, o presidente nacional da sigla teme que surjam bandeiras que não são abraçadas pelo PSL ou pelo governo, como a da intervenção militar.
"Pode haver algumas extrapolações. Nessas manifestações, existem pessoas infiltradas com cartazes fora do propósito que não representam a coisa", disse Bivar.
Bivar se reunirá com parlamentares do partido nesta terça-feira e minimiza o temor de que compareçam no domingo menos manifestantes que nos atos da semana passada contra os cortes na educação, quando foram registrados atos de alunos e professores em ao menos 170 cidades do país.
"Aos racionais, se o número não for suficiente, não é demonstração de fraqueza porque nada está me compelindo a ir a rua. Não é um desejo inquebrantável de algo de mau que vai acontecer no país. E isso desestimula [o comparecimento]", disse Bivar.
Bolsonaro considera participar das manifestações de domingo. Segundo relatos feitos à Folha, o presidente indicou, em conversas reservadas, a disposição de comparecer, mas afirmou que ainda não havia tomado uma decisão.
A presença dele é defendida pelo núcleo ideológico do Palácio do Planalto, formado por seguidores do escritor Olavo de Carvalho. Para eles, a participação do presidente seria um gesto importante a seus apoiadores.
O grupo moderado, que é composto pelos militares, no entanto, considera a ida de Bolsonaro um erro. Para eles, o presidente sofrerá um desgaste independentemente da adesão do público

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