quinta-feira, 9 de maio de 2019

POLICIA FEDERAL PRENDE EX CHEFE DO IBAMA NO ACRE.

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal deflagraram nesta quarta-feira (8) uma operação contra um grupo criminoso acusado de fraudar a fiscalização de desmatamento e grilagem no sul do Amazonas, perto da divisa com o Acre. Um dos presos é o ex-superintendente do Ibama no Acre Carlos Gadelha.
Os crimes teriam sido praticados na região de Boca do Acre (AM), município na divisa com o Acre e atualmente um dos principais focos de desmatamento da Amazônia. A área grilada ou desmatada chega a 86 mil hectares, o equivalente a 389 parques Ibirapuera.
Foram expedidos 18 mandados de prisão e 36 mandados de busca e apreensão no Amazonas, no Acre e em Minas Gerais, com a participação de cerca de 180 policiais. 
O servidores públicos recebiam suborno para deixar de lavrar autos de infração por desmatamento, multar "laranjas" em vez dos verdadeiros responsáveis, repassar informações privilegiadas acerca das datas e locais das fiscalizações ambientais e deixar de apreender maquinário utilizado para desmatamentos, segundo a PF. 
Os investigados incluem fazendeiros, policiais, advogados, que responderão pelos crimes de associação ou organização criminosa, invasão de terras públicas, formação de milícia, desmatamento ilegal, lavagem de dinheiro, corrupção passiva, ameaça e furto qualificado de madeira da União, entre outros.
Gadelha foi superintendente do Ibama no Acre durante o governo Michel Temer (MDB) por indicação do deputado federal Flaviano Melo (MDB-AC). Ele foi exonerado em março pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
Em novembro, Gadelha foi um dos autores de uma carta de quatro superintendentes do Ibama na Amazônia que declararam apoio às críticas do então presidente eleito Jair Bolsonaro contra o Ibama. Eles afirmaram que o órgão estava aparelhado e que não tinham poder de voz e decisão por causa do modelo "opressor e ditatorial do poder central".
Outro signatário dessa carta é o então superintendente do Ibama no Amazonas, José Leland Barroso, outra indicação política. Segundo a Folha apurou, o padrinho é o deputado federal Átila Lins (PP-AM), que teria entregue o texto dos superintendentes a Bolsonaro. 

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