domingo, 19 de maio de 2019

EMPRESAS PERDERAM UM BILHÃO COM A GREVE DOS CAMINHONEIROS.

A broker watches his screens at a brokerage firm in Sao Paulo, Brazil, Thursday, May 18, 2017. The country's main Ibovespa stock index dropped 10 percent within 90 minutes of opening and trading was stopped for 30 minutes. Analysts predicted the Brazilian real would fall sharply against the U.S. dollar. (AP Photo/Andre Penner)
As mais afetadas são distribuidoras e produtoras de combustíveis e, em seguida, os frigoríficos. (Foto: AP Photo/Andre Penner)
Dez companhias do Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, somam R$ 1,187 bilhão de perdas com a paralisação dos caminhoneiros em 2018. Os prejuízos aparecem no chamado Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).
Das 63 empresas que compõem o índice, 68% destacam efeitos da mobilização em seus balanços. A maioria conseguiu compensar as perdas de maio com bons resultados dos meses seguintes.
O segundo trimestre, entretanto, foi pior que o mesmo período de 2017.
As mais afetadas são distribuidoras e produtoras de combustíveis. Raízen Combustíveis, da Cosan, Ipiranga, da Ultrapar, e BR Distribuidora, da Petrobras, perderam R$ 200 milhões cada uma com a queda no preço do diesel decorrente da paralisação.
Em seguida, vêm os frigoríficos, que interromperam o fluxo de abate. A Seara, da JBS, foi afetada em R$ 113 milhões. A Marfrig relatou um impacto estimado de R$ 80 milhões a R$ 100 milhões no segundo trimestre. Já a BRF relata R$ 85 milhões de perdas no mesmo período.

"No setor de serviços, a perda é irrecuperável. No caso de transportes, isso fica bem claro. Aquela cadeira de avião que ficou desocupada em um voo é um prejuízo que não se recupera", diz José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator.

Gonçalves lembra que na produção o dano é menor. O minério pode ficar dias sem ser transportado. Mas todos sofrem com estoques.
"O estoque arrebenta muita gente porque o capital de giro fica descasado: você vende menos do que o esperado e ainda tem contas para pagar. Quando você tem uma variação no estoque que não está na sua conta, o efeito financeiro pode ser muito grande", diz.
Com bloqueio nas estradas e a falta de combustíveis, CCR e Ecorodovias perderam fluxo de pedágios e registraram perdas de R$ 26 milhões e R$ 15 milhões, respectivamente

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