sexta-feira, 24 de março de 2017

PODEMOS TER UM TRUMP CABÔCLO

O jurista Nelson Jobim (Foto: Zanone Fraissat/Folhapress)

Desde que deixou o governo Dilma Rousseff em 2011, o ex-ministro Nelson Jobim guardou suas opiniões para si. Ele raramente dá entrevistas. Tem motivos para isso. Desde 2016, ele se tornou sócio do banco BTG Pactual. Em 2015, o então sócio e presidente do banco, André Esteves, foi preso sob suspeita de obstruir a Justiça, na Operação Lava Jato. Como advogado, Jobim já atuou como consultor informal de Lula e de empreiteiras envolvidas na Lava Jato.
Diante de um público mais restrito, contudo, Jobim sentiu-se à vontade para opinar. Convidado para um debate, na última terça-feira, dia 21, em homenagem ao economista boliviano Enrique García Rodríguez, que depois de 25 anos está deixando a presidência do CAF (Banco de desenvolvimento da América Latina), na Fundação Getulio Vargas, em São Paulo, Jobim criticou juízes do Supremo Tribunal Federal, que, segundo ele, pensam mais na própria biografia do que na instituição. Disse que é inviável tirar Temer do governo antes das próprias eleições de 2018 e defendeu um mínimo de entendimento nacional, conduzido por Lula e Fernando Henrique Cardoso, a fim de evitar a eleição de “um Trump caboclo”. Atacou as corporações que “assumiram o controle de vários setores do Brasil e preferem inflação alta e desajuste fiscal para assegurar privilégio”

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