terça-feira, 31 de julho de 2018

NÃO HOUVE GOLPE MILITAR EM 1964.


O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, afirmou que os atos cometidos pelos militares durante a ditadura no Brasil se justificavam pelo “clima de época, de guerra fria”, e que teria agido da mesma forma se estivesse no lugar deles. As declarações foram dadas na noite desta segunda-feira, no programa Roda Viva, da TV Cultura.
“Não houve golpe militar em 1964. Quem declarou vago o cargo do presidente na época foi o Parlamento. Era a regra em vigor […] “Não foi golpe, golpe é quando é pé na porta”, disse Bolsonaro. Ele ainda defendeu as atuações dos militares em casos de tortura e também a figura do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, a quem homenageou em seu voto durante o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. “Abominamos a tortura, mas naquele momento vivíamos na guerra fria”, justificou. Ustra foi o chefe do DOI-Codi, um dos principais centros de tortura do período.
O presidenciável ainda reclamou que a imprensa só fala sobre casos que afetaram militantes de esquerda. “Vocês só falam sobre casos da esquerda. Por que não falam sobre o atentado do aeroporto de Guararapes, em que morreu o Edson Regis”, questionou, referindo-se a um atentado a bomba no Recife em 1966. “Um dos militantes da AP, não digo que estava lá, era o José Serra. Vamos botar o Serra no banco dos réus, então”.
Questionado a falar sobre a abertura dos arquivos da ditadura militar, Bolsonaro disse duvidar que eles ainda existam. “Não vou abrir nada. Esquece isso aí, vamos pensar daqui pra frente”, desconversou.
“Não foi golpe, golpe é quando é pé na porta”, disse o candidato, com o argumento de que o presidente derrubado, João Goulart, abandonou o país e que seu cargo foi declarado vago pelo Congresso da época.

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