sábado, 28 de setembro de 2019

DECISÃO DO STF NÃO DEVE TER EFEITO DOMINÓ SOBRE A LAVA JATO.

***ARQUIVO*** BRASILIA, DF, 28.11.2018: O ministro do STF Gilmar Mendes durante sessão plenária em Brasília. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)
- O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), disse nesta sexta (27) não acreditar que o julgamento da corte que pode anular sentenças da Lava Jato terá um efeito cascata, de grande impacto sobre as medidas já tomadas em decorrência da operação.
“Nunca acredito nessas contas que aparecem de que isso terá um efeito dominó. É preciso fazer essa contabilidade com muito cuidado. Em princípio, essas decisões só beneficiarão aqueles que já vinham arguindo essa nulidade desde o início, portanto, algo limitado”, afirmou, na saída de um evento no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Nesta quinta (26), o Supremo formou maioria —7 votos a 3— a favor da tese que pode reverter condenações aplicadas na Lava Jato e em outros casos criminais país afora.
A maioria dos ministros entendeu que réus delatores devem apresentar suas alegações finais (última etapa do processo) antes dos delatados. Com isso, segundo eles, ações que não seguiram esse rito devem ter suas condenações revistas para respeitar o direito à ampla defesa.
O julgamento foi interrompido antes da conclusão e será retomado na semana que vem, quando os ministros vão discutir se instituem algum mecanismo que limite os impactos da decisão.
Uma das possibilidades é a de que a revisão só se aplique aos casos em que o réu reclamou ainda na primeira instância sobre a ordem das alegações finais, não sendo atendido.
A tese pode levar à anulação da condenação do ex-presidente Lula no caso do sítio de Atibaia (SP), processo em que o petista foi condenado até agora somente em primeira instância em razão de reformas bancadas por empreiteiras.
Lula está preso desde abril do ano passado pela condenação no caso do tríplex de Guarujá (SP) —que, por envolver circunstâncias distintas, não tenderia a ser afetado com a decisão do Supremo

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