O presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), virou um fator de risco para investidores no Brasil, segundo uma reportagem publicada nesta sexta-feira (6) pelo site do Valor Econômico.
A postura do presidente em declarações e políticas públicas se tornaram um fator a ser levado em conta no momento de decidir aplicar ou não no Brasil, de acordo com muitos investidores ouvidos pelo jornal.
“Comitês de investimento e conselhos de administração de grandes fundos estão cada vez mais resistentes a alocar no Brasil por causa do que chamam de 'retrocesso civilizatório’”, disse um deles, que não quis se identificar na reportagem.
“O quanto essa deterioração na imagem do Brasil vai durar e qual será exatamente seu impacto na alocação de capitais é difícil de dizer, mas certamente esse tipo de acontecimento [as queimadas na Amazônia] tem um impacto negativo generalizado na percepção dos investidores", disse Peter Taylor, chefe de investimentos da Aberdeen no Brasil.
O sentimento não é totalmente negativo, porém. Muitos investidores têm elogiado a política econômica liderada pelo ministro Paulo Guedes e a atuação do Banco Central na estabilização da moeda e na regularização das atividades de fintechs.
Outros diminuem o peso da postura de Bolsonaro, argumentando que o Brasil vive um “parlamentarismo branco”, em que o Legislativo contrabalanceia a imprevisibilidade do Executivo, segundo um executivo de um banco nacional que falou sob condição de anonimato.
O cenário global também influencia. A guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, China e EUA, deixou investidores mais avessos a riscos, e por isso as aplicações em países emergentes, como o Brasil, que são de mais alto risco, estão em queda.
Mas muitos acreditam que, com ou sem o “risco Bolsonaro”, o investimento estrangeiro deve voltar ao Brasil, conforme as reformas da Previdência e tributária, além das privatizações, comecem a sair do papel
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