A empreitada do governador de São Paulo, João Doria, em busca de novos quadros para o PSDB está longe de significar o sepultamento da ala antiga da legenda. A vitória do deputado federal Aécio Neves (MG) no mês passado, quando a Executiva Nacional rejeitou abrir processo para expulsá-lo da legenda, expôs o conflito. E deixou mais que clara uma realidade: novo e velho serão obrigados a conviver.
Essa é a avaliação feita ao HuffPost por tucanos, assessores e aliados bastante próximos de Doria, que acompanham as movimentações dentro e fora do PSDB.
De um lado, está o governador à frente do que ele próprio tem chamado “Novo PSDB”: midiático, transparente. Do lado oposto, nomes de peso com trânsito nos bastidores. E aqui vale frisar ampla participação em favor de Aécio do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso e do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin — padrinho de Doria, atualmente desafeto.
Desde que assumiu o governo paulista, João Doria trata o partido como “meu PSDB” e insiste ainda mais na necessidade de “renovação”. Ao contrário do que planejava, porém, não conseguiu expulsar da cúpula antigos caciques bastante atuantes. A Executiva continua composta por boa parte da “velha guarda”. Permanecem os ex-presidentes da legenda Geraldo Alckmin (SP), Aécio Neves (MG), José Serra (SP), Tasso Jereissati (CE), Teotônio Vilela Filho (AL) e José Anibal (SP).
Apesar disso, Doria emplacou na presidência do PSDB seu aliado Bruno Araújo (PE), de quem, inclusive, cobra fatura sempre que pode. “O Bruno, ao assumir, ele sabe a responsabilidade que tem daqui pra frente. Nós não vamos mais jogar poeira e coisa suja embaixo do tapete. Vamos ter que ter a capacidade de julgar de forma correta, de forma isenta, e dar a oportunidade de todo peessedebista andar na rua de cabeça erguida”, disse o governador em maio às véspera da troca de comando do partido
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