sábado, 1 de julho de 2017

O PMDB ANTI MICHEL TEMER

Renan Calheiros presidente do Senado (Foto: Adriano Machado/ÉPOCA)
"Senhor presidente, senhoras e senhores senadores, deixo a liderança do PMDB.”
Renan Calheiros encontrou o plenário do Senado vazio. Caminhou direto para a mesa de onde presidiu a Casa por quatro mandatos, o último deles encerrado em fevereiro. O peemedebista Roberto Requião criticava, da tribuna, o que considerava serem abusos da Lava Jato – discurso rotineiro naquele púlpito. Renan se sentou ao lado de Eunício Oliveira, seu sucessor na presidência da Casa. Eles riram. Juntaram-se a eles Eduardo Braga (PMDB-AM), Lindbergh Farias (PT-RJ) e o deputado Silvio Costa (PTdoB-PE). Com exceção de Eunício, todos alinhados à oposição. Renan havia combinado o horário de seu pronunciamento com seus novos aliados. Atrasou quatro minutos. Às 17h04 da quarta-feira, dia 28, assumiu o microfone. Na Comissão de Constituição e Justiça, onde se discutia desde a véspera a reforma trabalhista enviada pelo governo de Michel Temer, petistas, comunistas e oposicionistas em geral levantaram agilmente para acompanhar seu discurso quando a imagem de Renan apareceu na tela. Todos sabiam o conteúdo do monólogo. Ele estava ali para deixar o cargo de líder do PMDB no Senado. Sagaz, antecipava-se a um movimento de Temer e do senador Romero Jucá para destituí-lo da posição. Renan não é de abrir mão da última palavra.

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