- A pressão para que o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, desista de concorrer à reeleição no pleito do ano que vem está crescendo dentro de seu partido, o PSDB.
O comando da maior cidade do país está no centro da estratégia das agremiações de centro para a disputa da sucessão do presidente Jair Bolsonaro (PSL), em 2022.
Elas querem garantir o controle do triângulo principal do poder municipal no Brasil, que inclui Rio e Belo Horizonte ao lado da capital paulista. No Rio, o DEM considera grandes as chances do ex-prefeito Eduardo Paes, e em BH o atual prefeito, Alexandre Kalil (PSD), parece rumar para uma reeleição tranquila.
Com isso, há o risco relativo a São Paulo. Há um grande temor no próprio PSDB, baseado em pesquisas internas que dão a Covas intenções de voto na casa dos 10%, sobre o quão competitivo o prefeito será se for candidato.
E perder a principal capital seria desastroso para as pretensões de tucanos e outros partidos aliados visando 2022, hoje ancoradas na figura do governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
Segundo dois amigos próximos de Covas, o prefeito tem considerado a desistência, dado o grau de pressão. Eles afirmam que ele estaria inclinado a tirar um período sabático fora do país e voltar para disputar o Senado em 2022.
Procurado pela reportagem, o prefeito negou esse relato nesta sexta (30). Aliados seus vão além, dizendo que ele está se preparando e que irá inclusive participar de campanhas em outras cidades.
Seja como for, a boataria acerca de uma eventual saída de Covas tem sido constante nos últimos meses.
A narrativa é quase sempre a mesma: o prefeito não teria apetite pela burocracia do cargo e não estaria disposto a encarar a campanha eleitoral -ele herdou a cadeira de Doria, de quem foi vice-prefeito de 2017 ao começo de 2018, quando o hoje governador deixou o cargo para disputar o Palácio dos Bandeirantes.
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