quinta-feira, 13 de abril de 2017

LAVA JATO FORTALECE JOÃO DÓRIA PARA 2018

Geraldo Alckmin e João Doria
O criador tem motivos de sobra para se preocupar com a ascensão da criatura

Identificado como “Santo” nas planilhas de propinas da Odebrecht e até então alvejado indiretamente por trechos de delações vazados à mídia, o governador paulista, Geraldo Alckmin, foi lançado à correnteza da Lava Jato. Em despacho assinado digitalmente em 4 de abril, mas divulgado em edição extra do Diário da Justiça na noite da terça-feira 11, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, retirou o sigilo das delações contra o tucano, até então o menos desgastado pré-candidato do PSDB à Presidência da República em 2018.
O caso relaciona-se aos depoimentos de três executivos da construtora, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, Carlos Armando Guedes Paschoal e Arnaldo Cumplido de Souza e Silva. Eles relataram que Alckmin recebeu mais de 10 milhões de reais do Grupo Odebrecht em caixa dois para as suas campanhas ao governo paulista. Foram 2 milhões em 2010 e 8,3 milhões em 2014, repasses não registrados pelo candidato na Justiça Eleitoral.
“Referidos repasses seriam implementados por meio do Setor de Operações Estruturadas da companhia, mediante o sistema ‘Drousys’. Menciona-se, inclusive, que Adhemar César Ribeiro, cunhado do governador Geraldo Alckmin, receberia pessoalmente parte desses valores e que, ao lado desses pagamentos, houve também doação oficial de 400 mil reais”, registrou Fachin no despacho, que autoriza a retirada do sigilo das delações, além de remeter o caso ao Superior Tribunal de Justiça, foro adequado para julgar governadores.
Alckmin não aparece sozinho nas delações. Alguns de seus principais colaboradores tornaram-se alvos de novos inquéritos. Secretário de Habitação do governo estadual e deputado federal licenciado, Rodrigo Garcia também é acusado de receber doações de campanha “não contabilizadas” do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht. O repasse foi registrado “no sistema ‘Drousys’ com a identificação do beneficiário com o apelido ‘Suíça’”, observou Fachin em seu despacho.
Presidente da companhia de habitação municipal (Cohab) e ex-secretário da Casa Civil de Alckmin, Edson Aparecido também é alvo de um inquérito. O tucano Fernando Capez, ex-presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, teria recebido 100 mil reais pagos em três parcelas da empreiteira
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