sábado, 15 de abril de 2017

MICHEL TEMER É BLINDADO PELO CARGO NAS DELAÇÕES DA ODEBRECHET

Temer e Moreira Franco
Pedido de inquérito contra Moreira Franco (à direita) e Padilha classifica Temer como "capitão" do grupo

O pedido de Rodrigo Janot para investigar Eliseu Padilha, chefe da Casa-Civil, e Moreira Franco, Secretário-Geral da Presidência, é contundente. "A narrativa dos colaboradores e os elementos de corroboração apontam para a obtenção ilícita de recursos para o grupo político capitaneado por Michel Temer que, atualmente, ocupa o cargo de presidente da República", assinala o Procurador-Geral da República em uma peça de 60 páginas apresentada, em 14 de março, a Edson Fachin, ministro do Supremo Tribunal Federal.
Em 4 de abril, o responsável pela Lava Jato na Corte autorizou a investigação sobre os subordinados mais próximos do atual presidente. Blindado pelo cargo, que o protege de responder por atos cometidos antes de sua posse, o peemedebista, identificado pela sigla MT nas trocas de mensagens entre empreiteiros, surge não apenas como o capitão de um grupo político. Segundo os depoimentos da Odebrecht, foi também o anfitrião de algumas das reuniões mais comprometedoras presentes nas 78 delações de executivos e ex-executivos da construtora. 
Em seu escritório político em São Paulo e nPalácio do Jaburu, Temer teria sediado encontros que renderam a seu grupo, respectivamente, 40 milhões de dólares em 2010, cerca de 70,4 milhões de reais à época, e 10 milhões de reais em 2014: mais de 80 milhões. No primeiro caso, os delatores falam em "pura propina". 
À parte o montante movimentado a partir dessa reuniões, impressiona a declaração do ex-executivo Márcio Faria em seu termo de delação, ao narrar uma "contribuição" de 5% do valor de um contrato da Odebrecht com a Petrobras para o PMDB. "Foi a única vez em que estive com Michel Temer e Henrique Eduardo Alves e fiquei impressionado pela informalidade com que se tratou na reunião do tema de 'contribuição partidária' que na realidade era pura propina." O peemedebista confirma ter estado em ambas as reuniões, mas nega ter solicitado recursos ilegais. 
A influência de Temer é mencionada ainda pelo ex-executivo Benedicto Barbosa da Silva Júnior como um dos motivos que levaram a Odebrecht a pagar 4 milhões a Moreira Franco para facilitar o trâmite na concessão do aeroporto do Galeão, quando o atual secretário-geral da Presidência ocupava a Secretaria da Aviação Civil, em 201
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