terça-feira, 4 de abril de 2017

EX PRESIDENTE IRONIZA MARCELO ODEBRECHT EM JORNAL

A ex-presidente Dilma Rousseff afirmou, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, publicada nesta terça-feira, que o empresário Marcelo Odebrecht fez “delaçãozinha” após sofrer coação. “Tenho a impressão de que o senhor Marcelo Odebrecht sofreu muitos tipos de pressão. Muitos tipos de pressão. Por isso, não venham com delaçãozinha de uma pessoa que foi submetida a uma variante de tortura, minha filha. Ou melhor, de coação”, afirmou a petista.
Ao ser questionada sobre a conversa que o herdeiro da empreiteira diz que teve com ela no México afirmando que sua campanha poderia ter sido contaminada por pagamentos feitos ao marqueteiro João Santana no exterior, Dilma diz que foi ao banheiro no aeroporto e quando voltou encontrou Odebrecht a esperando. “Ele começou a falar comigo, do jeito Marcelo, tudo meio embrulhado. E eu numa pressa louca, olhando pra ele. Não entendi patavina do que ele falava. Niente (“nada”, em italiano). Ele diz que me contou que poderia ocorrer contaminação. Mas eu não tinha conta no exterior. Se o João tinha, o que eu tenho com o João? Por que eu teria que saber?”
Às vésperas do julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pode cassar a chapa eleita em 2014 e torná-la inelegível, Dilma afirmou que Marcelo Odebrecht fez delação de acordo “com seus interesses”. “Portanto, tudo o que ele diz pode servir de indício para investigar, mas não para condenar. O STF nem abriu investigação ainda. É estarrecedor que um procurador use como prova o que não é prova”, afirmou. Para Dilma, se a chapa eleita for cassada “Mais uma vez vão cometer uma injustiça e com base em um depoimento (de Marcelo Odebrecht) absolutamente sofrível.”
Sobre a possibilidade de divisão da chapa, a petista afirma: “E como o Temer não tem nada a ver com isso? Na campanha, ele arrecadou 20 milhões de reais de um total de 350 milhões de reais. Nós pagamos integralmente todas as despesas dele. Jatinhos, salários de assessores, advogados, hotéis, material gráfico, inserções na TV. Separar essa conta só tem uma explicação: dar tempo para ele entregar o resto do serviço que ficou de entregar: reforma da Previdência e desregulamentação econômica brutal.

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